quarta-feira, 23 de abril de 2014

A ARTE QUE FICA NA AVENIDA

¨ Algo me diz que quer ficar¨, de Eduardo Fonseca estampa a próxima edição do mural Templuz

 

O artista mineiro Eduardo Fonseca é o convidado da próxima edição do Projeto Mural Templuz, que traz arte e cultura gratuitas para Belo Horizonte. Para estampar o mural, Eduardo escolheu a obra “Algo me diz que quer ficar”. De início, a tela chama atenção por representar um cão em corpo de gente. Segundo o artista, a obra faz referência à hipocrisia com que algumas pessoas olham para o mundo. “Com os braços cruzados, negando qualquer outra coisa que o confronte, o personagem mostra imponência. Em torno, a moldura dourada e decadente o coloca num patamar de perpetuação. É a tradição tentando se fixar no tempo de agora ou em outro qualquer que esteja”, descreve o artista.
Desenvolvida em óleo sobre tela e moldura, o trabalho vem de uma série de outros que foram produzidos pelo artista a partir de um olhar crítico sobre nosso tempo. “Assim como um jogo, procuro conhecer as peças que compõe nosso cenário político/social/cultural, tanto regional quanto internacional. Dessa forma vou construindo uma teia de relações que me dão base para a elaboração dos trabalhos”, conta Eduardo. O autor ainda ressalta que suas obras não são ilustrações do contemporâneo, mas interpretações da sociedade sob um olhar crítico.
Sobre o Mural da Templuz, o artista afirma o projeto vem se destacando há tempos, graças à consistência e à possibilidade de inserção de bons artistas em espaços públicos. Segundo ele, a iniciativa é sempre muito bem-vinda, sobretudo em ano eleitoral. “Estamos próximos das eleições e as caras dos candidatos serão estampadas em todos os lugares. Prefiro muito mais o Mural Templuz”, brinca.
Sobre o artista
Eduardo Fonseca nasceu em 1984 em Ponte Nova, Minas Gerais. É formado pela Escola de Belas Artes da UFMG e mestre em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Portugal. Durante o tempo em que viveu na Europa, participou de exposições coletivas e fez exposições individuais, sendo a última delas no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, que recebeu a mostra “ACORDA!”. Além de intervenções em ambientes diversos, entre os quais a sofisticada boutique Hermès Paris, na capital portuguesa. Também em terras lusas, Eduardo ganhou o prêmio do Com.Arte em 2012, em Cascais. No Brasil, o pintor participou de exposições no Centro Cultural UFMG-BH, no Museu Afro-Brasil, em São Paulo, e recentemente realizou, em parceria da artista Priscila Amoni, uma grande intervenção no SESC Palladium em Belo Horizonte.


Texto: Hipertexto


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